Encontrei esse texto e resolvi compartilhar com vocês. O texto completo está no link no final.
Todo ano é a mesma coisa: Pais, mães, avós chegam até os professores e perguntam: “Porque ele não foi vestido de índio?”; “Por que minha filha não foi nem de cocar para casa?”; “Porque eles não saem vestidos com orelhas de coelhos?”
(...) existem outras necessidades fundamentais no cotidiano escolar e (...) ações pontuadas a partir do objeto fabricado pelas professoras não contribuem em nada para a formação cultural de seus alunos, e que não ajudam na constituição de cidadãos críticos, ativos, participativos, integrados ao meio social em que vivem.
É comum em algumas escolas tradicionais vermos crianças saírem da escola vestidas de flor, somente com o rosto do lado de fora, com pétalas para todos os lados para comemorar a chegada da Primavera. Mas será que uma criança entre dois e cinco anos sabe o real significado de estar saindo desse jeito? Além disso, o que se ganha pedagogicamente em usar essa fantasia?
Então, surge a seguinte questão: Qual o real sentido destas datas para as crianças? É saber que os índios moram em aldeias, em ocas? Que foram os primeiros habitantes do Brasil? Isso elas irão aprender, sem precisar sair fantasiados da escola.
Durante um longo tempo as datas comemorativas se tornaram um marco da educação do Brasil. Isso aconteceu, devido à crença de uma educação tradicional que via na repetição uma forma de aprendizado. Porém, a maioria destas datas não são significativas dentro da escola, principalmente na Educação Infantil. Além do mais, seria inviável trabalhar com todas, levando em consideração que a história traz diversos acontecimentos em um mesmo mês.
Essa prática, embora valorizada pela sociedade, que cobra comemorações e massifica o significado de datas comemorativas, não é relevante dentro desta instituição, pois prejudica o andamento dos projetos e dos conteúdos planejados e impõe ao professor dispor de um tempo a mais das aulas para conversar sobre assuntos que não despertam interesse nas crianças.
Beth Godoy, professora de Educação Infantil e formadora do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças afirma que as datas comemorativas estão presentes em todas as culturas e que a escola não se propõe a exterminá-las do cotidiano. Ao mesmo tempo, pautar o trabalho pedagógico no desenvolvimento das mesmas não se justifica.
Vale lembrar que por trás de paredes, parques, professoras e crianças há um currículo que não deve estar à disposição de momentos episódicos. Um currículo, onde em algum momento, serão discutidas questões relativas a índios, negros, coelho, primavera, soldados, folclore, entre outros tantos temas, independente de ser 7 de setembro, 15 de novembro ou 19 de abril, mas por fazerem sentido no pertencimento social de cada um.
Por ADRIANA ARAÚJO MACHADO
Embora eu concorde com o texto enquanto professora...como mae, acho lindo minha filha chegar com uma roupinha dessas!! rsrs
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